Salvemos as nossas crianças!
- perspetivar
- 10 de mai. de 2020
- 2 min de leitura

Esta menina foi mais uma vítima do nosso sistema.
Quando deparamos com notícias deste tipo o nosso foco coloca-se na justiça, na moldura penal aplicada, mas o certo é que para evitar que casos hediondos destes aconteçam é na prevenção que devemos atuar.
Verificamos que em muitas sociedades de países desenvolvidos, completam o nível de escolaridade secundário e mesmo o universitário jovens que desconhecem em absoluto o que é ser um cuidador, o que é confortar e ajudar quem precisa, e esta privação humana é perigosa do ponto de vista da humanização e da solidariedade, com repercussões ao nível do desconhecimento da prática da parentalidade.
Aliado a este distanciamento, assistimos à perpetuação da problemática da intergeracionalidade da violência, esta passagem de testemunho de modelos parentais na infância e depois replicados nos filhos, sem que se faça uma reflexão sobre os mesmos.
Torna-se urgente reforçar a necessidade de avaliação das competências parentais para posterior encaminhamento para programas do âmbito de uma intervenção precoce, que possam capacitar os pais para maior conhecimento e um maior e melhor poder de decisão. Vários estudos têm demonstrado que pais de crianças em risco ambiental ou familiar podem diminuir esse risco se forem alvo de um programa de formação parental.
Para quê esperar para a operacionalização destas medidas? Enquanto esperamos crianças morrem vítimas dos próprios pais, quem mais as deveriam amar e proteger.
“A parentalidade diz respeito às funções executivas de proteção, educação e integração na cultura familiar das gerações mais novas. Ressalve-se que estas funções podem estar a cargo não só dos pais biológicos, mas também de outros familiares ou até de pessoas que não sejam da família (Sousa, 2006)”.
Todos estamos implicados nesta causa e devemos impulsionar a mudança.
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